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“Nós somos chamados a ser uma igreja de discípulos missionários”, diz Cardeal Sérgio da Rocha

Aparecida – São Paulo (Sexta-feira, 05-05-2017, Gaudium Press) A 55ª Assembleia Geral da CNBB encerrou na manhã desta sexta-feira, 5 de maio. O encontro teve lugar no Centro de Eventos Padre Vítor Coelho de Almeida, situado no pátio do Santuário Nacional da Padroeira do Brasil, em Aparecida, São Paulo.

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Da esquerda para a direita: Dom Murilo Krieger, Dom Sérgio da Rocha e Dom Leonardo Steiner
Foto: CNBB

Durante a cerimônia de encerramento, os bispos realizaram uma breve oração de ação de graças pelos trabalhos realizados durante os dez dias que permaneceram reunidos em convivência, estudando, debatendo e rezando pela Igreja no Brasil.

Ao todo, estiveram presentes cerca de 370 membros da Conferência, desde cardeais a arcebispos, bispos diocesanos, bispos prelados, bispos auxiliares e coadjutores.

Além deles, compareceram aproximadamente 50 bispos eméritos que já renunciaram ao governo de Igrejas Particulares e se encontram em um tempo fértil de descanso e em trabalhos diversos.

“Iniciação à Vida Cristã”

A Assembleia foi inspirada na temática “Iniciação à Vida Cristã”, que auxiliou nos trabalhos dos bispos em diversas sessões do encontro.

Houveram momentos de estudos em grupos e plenários. Um deles, inclusive, votou e aprovou um texto final a fim de ajudar as dioceses e comunidades na caminhada de constante renovação da iniciação à vida cristã de crianças, jovens e adultos.

Além deste, outros temas fizeram parte das discussões entre os bispos. A exemplo disso, a partir das ideias propostas pelos religiosos presentes, está a criação da “Celebração da Palavra de Deus”, um documento para animar comunidades que não podem ter a celebração da eucaristia em várias partes do Brasil.

Ao longo do evento, os bispos tiveram quatro sessões privativas, sendo que em uma delas contaram com a presença do Núncio Apostólico no Brasil, Dom Giovanni D´Aniello.

Sobre a Iniciação à vida cristã, foi aprovado pela 55ª Assembleia Geral o texto sobre o tema central de nome homônimo, que será publicado como um documento da entidade e buscará inspirar a Igreja no Brasil a repensar uma nova forma de fazer a catequese mais integrada com a liturgia, segundo a avaliação geral de Dom Eugênio Rixen, membro da Comissão do Tema Central e bispo da Diocese de Goiás.

Para Dom Eugênio, é necessário lembrar que na Igreja no Brasil, muitas paróquias, dioceses e regionais já vêm discutindo e aprofundando o tema. A aprovação na Assembleia Geral, prosseguiu, é mais um passo desse processo.

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Dom Eugênio Rixen | Foto: CNBB

Ainda conforme o bispo de Goiás, o documento pretende incentivar a formação, nos diferentes níveis e modalidades. “O debate e as novas práticas em torno do tema central: ‘iniciação à vida cristã’ vão se desdobrar nas ações dos organismos da Igreja, nas pastorais, dioceses e regionais”, disse o prelado.

O religioso também declarou que o próprio documento reconhece que vivemos em uma época dominada pelo secularismo. “Neste contexto, o texto reforça a necessidade de oferecer às pessoas uma profunda experiência de encontro com Jesus Cristo, por meio do Querigma”, lembrou.

O texto aprovado, inspirado no capítulo 2 da Carta de São Paulo aos Filipenses, reforça que não é suficiente apenas conhecer Jesus, mas buscar sentir o que ele sentiu e viver as suas atitudes, em um mesmo modo de pensar e amar, em um só espírito e atitude.

Missa de encerramento

Para encerrar a 55ª Assembleia Geral CNBB, o Arcebispo de Brasília e presidente da CNBB, Cardeal Sergio da Rocha, celebrou uma Santa Missa. Em suas palavras, agradeceu a Deus realização do evento e pediu orações tanto pela Conferência quanto pela igreja no Brasil.

“Esse tema (do documento sobre a Iniciação à Vida Cristã) nos traz a memória a Conferencia de Aparecida cujos dez anos estamos celebrando, que teve como tema: Discípulos e Missionários de Jesus Cristo para que Nele nossos povos tenham vida”, ressaltou.

O Ano Nacional Mariano por ocasião dos 300 anos do encontro da Imagem de Nossa Senhora Aparecida nas águas do rio Paraíba do Sul, no interior paulista, também foi lembrado pelo purpurado. Em sua homilia, ele refletiu sobre a leitura dos Atos dos Apóstolos que retrata Saulo caído por terra.

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Cardeal Sérgio da Rocha | Foto: CNBB

“Há muita gente caída como Saulo querendo ou necessitando levantar-se. Certamente, não lhes falta a mão estendida do Senhor ressuscitado. Porém, há muita gente necessitada também das mãos estendidas dos irmãos, das mãos estendidas dos irmãos de uma comunidade misericordiosa e acolhedora, das nossas mãos estendidas”.

O Cardeal Sérgio da Rocha aproveitou a ocasião para destacar que, “motivados pela Palavra de Deus e pela Conferência de Aparecida, nós somos chamados a ser uma igreja de discípulos missionários, que vive do encontro com o ressuscitado, que vive fraternalmente em comunidade, mas que se levantam para sair ao encontro de quem está necessitado de corações e braços abertos para se levantar, para sair o encontro de quem não consegue ver, mas deseja e necessita caminhar na luz e responder: quem és tu Senhor”.

Ao final, o Cardeal concluiu sua homilia pedindo a bênção da Padroeira do Brasil e refletindo a necessidade dos fieis de permanecerem em Cristo, comendo da Sua carne e bebendo do Seu sangue, alimentando-se do pão descido do céu.

“O encontro pessoal e comunitário com Cristo, especialmente, na Eucaristia é fonte, é alimento da nossa vida e missão”, finalizou Dom Sérgio. (LMI)

Da redação Gaudium Press, com informações CNBB

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