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Segundo Mistério Gozoso: Visitação de Maria a Santa Isabel

Redação (Quinta-feira, 31-05-2017, Gaudium Press) Há algum tempo, durante a realização da piedosa devoção do Primeiro Sábado do Mês, na Catedral Metropolitana de São Paulo, Monsenhor João Clá Dias, fez a meditação pertinente a essa devoção.

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As reflexões giraram em torno do segundo mistério gozoso, exatamente o que a Igreja sugere de ser contemplado ao instituir o 31 de maio como Festa da Visitação de Nossa Senhora a sua prima Santa Isabel.

Maria nos convida a empreender um caminho…

“Naqueles dias, levantando-se Maria, foi com pressa às montanhas, a uma cidade de Judá. E entrou em casa de Zacarias, e saudou Isabel.” (Lc 1, 39-40).

Neste versículo do Evangelho, Maria nos transmite uma grande lição de sabedoria e serviço e amor a Deus. Ela nos dá o exemplo de quanto nós devemos ser sensíveis, o quanto devemos ser flexíveis, o quanto devemos estar prontos para atender as inspirações que Deus põe em nossas almas.

A voz de Deus no fundo das almas

Quantas e quantas vezes nós, ao longo de nossa vida, temos essas ou aquelas inspirações, temos esses ou aqueles toques interiores da graça, sentimos em nossa alma que devemos empreender um caminho ou então abandonar algo que nos prejudica, que nos leva a ofender a Deus.

Quantas vezes sentimos a voz de consciência, ou a própria voz de Deus nos convidando a empreender um caminho…

Nossa Senhora foi visitar Santa Isabel, não porque pudesse haver qualquer resquício de dúvida, sobre o que tinha dito o Anjo, ou então que este a tivesse enganado. Jamais isto teria acontecido. Ela foi visitar a prima porque recebeu uma inspiração de fazê-lo, foi tocada por uma graça, recebendo assim, um impulso em seu interior e obedecendo a este prontamente.

Ela põe-se a campo, porque lhe veio ao espírito uma preocupação:

‘Minha prima está para dar à luz, não contou nada a ninguém, não haverá quem a ajude, ela não tem filhos, está sozinha, eu preciso ajudá-la. Maria não pensou em si; bateu-se em direção à cidade em que estava Santa Isabel, que era distante de três a quatro dias de caminhada.

Certamente acompanhou alguma caravana que por lá passava, pois, viajar sozinho naquela época, era um risco enorme.

Atendeu prontamente

Entretanto, pôs-se em direção para onde? O Evangelho diz: “foi com pressa às montanhas…”

Ela não fez um plano de viagem…, bem quando eu me sentir um pouco melhor…, quem sabe, num dia mais propício… Não, ela “foi com pressa…”.

Quando se trata de fazer o bem, é assim que se age. Quando alguém está com alguma necessidade, Ela atende às pressas; e foi por isso que se pôs a caminhar imediatamente.

Maria vive dentro da contemplação de Deus, que se encontra no mais íntimo de seu coração. Nosso Senhor Jesus Cristo estava sendo formado, enquanto homem, em seu claustro virginal. Por isso, quanta razão tinha para ficar em casa contemplando este Deus que estava sendo gerado em seu interior. Entretanto, recebida a notícia, não titubeou, põe-se a caminho.

¨Naqueles dias, levantando-se Maria, foi com pressa às montanhas…¨ De fato a cidade de Santa Isabel ficava em uma região montanhosa e a distância da cidade de Nazaré até lá, eram de três a quatro dias de caminhada.

Era, portanto, uma viagem penosa e difícil, mas Maria está satisfeita, está alegre, e é esta alegria que a coloca em movimento e a faz com que abandone as comodidades e se ponha a caminhar.

Um exemplo magnífico para nós: quando formos tocados por uma graça para seguir um determinado caminho, ou quando formos tocados por alguma inspiração de Deus e somos convidados a abandonar uma situação que nos é agradável, ou então quando é uma situação que nos leva ao pecado, sejamos rápidos, tenhamos pressa e imitemos a Nossa Senhora em sua predisposição em cumprir o dever.

Num trecho tão curto já temos lições de sabedoria para tirarmos, já temos exemplos a seguir e graças a serem pedidas.

Quando o autor desses comentários chegou a esse ponto ele interrompeu suas reflexões e sugeriu que fosse feita uma breve oração. E ele ainda sugeria:

-Vamos pedir a graça de poder imitar Maria…

Foi, então, que com aquela assembleia que cumpria a devoção dos Primeiros Sábados, pedida por Nossa Senhora de Fátima, ele rezou assim:

“Oh! Mãe Santíssima, neste versículo do Evangelho que meditamos, vimos o quanto Vós sois para nós um exemplo.

Vós, ó Mãe minha, vos pusestes a caminho com toda a diligência, sendo que, todas as comodidades Vos convidavam a ficar em casa, isso muito especialmente pelo fato de ser a Mãe de Deus e estar com o próprio Deus Nosso Senhor em seu interior.

Vós podíeis perfeitamente ficar na segurança do lar, entretanto vos apressastes em ir ter com aquela que seria a mãe de São João Batista.

Minha Mãe, dai-me a graça de nunca ser lento em atender as inspirações de Deus, sobretudo, se bem que isto nunca se tenha dado convosco, mas dá-se muito frequentemente conosco, especialmente quando algum pecado, alguma ocasião próxima, alguma relação de amizade nos afasta do bom caminho.

Portanto, quando receber um toque de minha consciência, ou um toque da graça, ou mesmo uma inspiração obtida por Vós a fim de me ajudar, que eu obedeça prontamente à Vossa vontade. Amém.

Por Monsenhor João Clá Dias

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