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Francisco lança Mensagem para o Primeiro Dia Mundial dos Pobres

Cidade do Vaticano (Terça-feira, 13-06-2017, Gaudium Press) – O Dia Mundial dos Pobres foi instituído pelo Papa Francisco, quando do encerramento do Ano Santo extraordinário da Misericórdia, através de uma Carta Apostólica intitulada “Misericórdia et mísera” que também foi conhecida na ocasião.

Esta celebração do Dia Mundial dos Pobres, considerado como um “sinal concreto” do Ano Jubilar, é realizado no XXXIII Domingo do Tempo Comum, que neste ano deverá cair no dia 19 de novembro.

No Vaticano, na manhã desta terça-feira, foi publicada a Mensagem do Papa com vistas ao Primeiro Dia Mundial dos Pobres, para o qual já foi estabelecido que deverá ser guiado pelo tema: “Não amemos com palavras, mas com obras”.

A Mensagem do Papa

O Papa inicia sua Mensagem, com a citação evangélica do tema central: “Meus filhinhos, não amemos com palavras nem com a boca, mas com obras e com verdade”.

Estas palavras do apóstolo São João são um imperativo do qual nenhum cristão pode prescindir. A importância do mandamento de Jesus, transmitido pelo “discípulo amado” até os nossos dias, tem pleno sentido diante das palavras vazias que saem da nossa boca, afirma o Santo Padre.

Quem pretende amar como Jesus amou, deve assumir o seu exemplo, sobretudo quando somos chamados a amar os pobres. Aliás, continua Francisco, é bem conhecida a forma de amar do Filho de Deus: “Ele nos amou primeiro, a ponto de dar a sua vida por nós”.

É deste modo que a misericórdia, que nasce do coração da Trindade, se concretiza e gera compaixão e obras de misericórdia pelos irmãos e irmãs mais necessitados, recorda o Papa.

“…bem-aventurados e herdeiros do Reino dos Céus”

Em sua Mensagem, o Santo Padre fez diversas referências à vida de Jesus, que ecoou, desde o início, na primeira Comunidade eclesial, que assumiu, então, a assistência, os cuidados e o serviço dos pobres, tendo como base os ensinamentos do Mestre, que proclamou os pobres “bem-aventurados e herdeiros do Reino dos Céus”.

Historicamente aconteceu, porém, que alguns cristãos não deram a devida atenção a este apelo, deixando-se contagiar pela mentalidade mundana. Contudo, o Espírito Santo soprou sobre muitos homens e mulheres que, de várias formas, dedicaram toda a sua vida ao serviço dos pobres.

Lembrados Exemplos de Cristãos

O Papa recordou que, nestes Dois mil anos, numerosas páginas da história foram escritas por cristãos que, com simplicidade e humildade, se colocaram a serviço dos seus irmãos mais pobres. E citando nomes de alguns que se destacaram na caridade, recordou-se de São Francisco de Assis, que, para o Pontífice, foi testemunha viva de uma pobreza genuína.

Pobreza é Vocação

Francisco destacou que, para os cristãos, discípulos de Cristo, a pobreza é, antes de tudo, uma vocação. Para ele, seguir Jesus pobre é a medida para avaliar o uso correto dos bens materiais.

O Papa afirma que no nosso mundo, muitas vezes, não consegue identificar a pobreza que existe em nossos dias e que vêm carregadas com suas trágicas consequências: sofrimento, marginalização, opressão, violência, torturas, prisão, guerra, privação da liberdade e da dignidade, ignorância, analfabetismo, enfermidades, desemprego, tráfico de pessoas, escravidão, exílio e miséria. Segundo ele, a pobreza é fruto, além de injustiças no campo social, tem sua origem na miséria moral, na avidez de poucos e na indiferença generalizada!

Permanecer inertes, resignados

Diante deste cenário, afirma Francisco em sua Mensagem para o Dia Mundial dos Pobres, não se pode permanecer inertes e resignados. E ele ainda afirmou, antes de expor suas palavras finais: todos estes pobres pertencem à Igreja por “direito evangélico”

Na conclusão de sua Mensagem o Papa Francisco convidou toda a Igreja a, neste dia, fixar seu olhar naqueles que estendem suas mãos invocando ajuda e solidariedade.

O Pedido final do Papa foi para que a comemoração desse Dia sirva de estímulo para reagir à cultura do descarte, do desperdício e da exclusão e a assumir a cultura do encontro, com gestos concretos de oração e de caridade, para uma maior evangelização no mundo.

Os pobres, disse Francisco, não são um problema, mas “um recurso para acolher e viver a essência do Evangelho”. (JSG)

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