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A igreja mais bonita do mundo?

Redação (Quarta-feira, 12-07-2017, Gaudium Press) “Olhe, visitei templos em todo o mundo e definitivamente esta é a igreja mais bonita do mundo”, disse uma vez uma senhora emocionada.

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Foi outro dia, quando o encarregado de guiar a um visitante entrou na nave do templo gótico sem encontrar o que deveria ser guiado. O busca com o olhar em um lugar, em outro, mas não o encontra. Entretanto, suave como um murmúrio, como o correr de um riacho emocionado e delicado, o Arauto escuta uns quase imperceptíveis soluços. Levado por eles encontra, atrás de uma coluna, uma senhora banhada em lágrimas que ao ser ‘descoberta’ lhe diz com pena e o coração na mão: “Desculpe-me. Veja você, durante 40 anos jurei que Deus não existia. E quando entro nesta igreja evidencio que sim, Deus existe…”.

O que produziu a anterior quase fulminante conversão?

A graça sim, ajudada pela sublimidade. Trata-se da Basílica Nossa Senhora de Fátima, dos Arautos do Evangelho, dedicada no ano 2014, maravilhoso templo neogótico localizado entre os municípios de Cotia e Embu das Artes, no estado de São Paulo, Brasil.

Dizemos neogótico por tentar localizar em uma categoria conhecida o estilo. Mas é mais que neogótico. É claro que os arcos ogivais, as abóbadas que puxam para cima, as torres floridas, os afrescos do Fra Angélico e demais elementos são particulares deste estilo nascido na grande Idade Média. Mas realmente a Basílica de Fátima dos Arautos do Evangelho é mais que gótica, é de um transgótico, um gótico de mais além. E o que mais impacta é o colorido. Bem, é o conjunto, mas particularmente o colorido.

As proporções de suas três naves não são gigantescas, são grandes e perfeitas, com abóbada central muito alta. Mas novamente é a cor o que nos ajuda a subir, uma cor que nessa cúpula central é de um azul não ‘minuit’ nem ‘crepusculaire’, mas entre água-marinha e celeste, com lindas estrelas de ouro.

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“Du sublime au ridicule il n’y a qu’un pas”: O sublime está a um passo do ridículo, repetem os franceses. Quer dizer, procurar o sublime -que muitas vezes deve ter a característica de novidade, porque o belo mas comum é menos belo- é algo que fascina mas arriscado: se não se consegue se fica no ridículo e o ridículo é feio, vergonhoso. Combinar tons laranjas com azuis e com verdes, e com vermelhos? Só Deus, em algumas de suas aves, também nos entardeceres, mas porque é Deus, autor das cores. Entretanto a Basílica de Nossa Senhora de Fátima dos Arautos do Evangelho tem a mais magnífica combinação de cores que tenhamos visto, contrastantes, harmônicos, alguns não tão contrastados mas sequenciais, talvez com predominância dos pastéis, mas não só deles. Como se conseguiu isto? Almas inspiradas, inocentes, guiados pelo seu fundador Monsenhor João Clá Dias. Almas inspiradas por Deus.

As colunas têm apliques de flores-de-lis (‘o gótico é florido’ nos disse nosso cicerone) e de outras figuras. Os vitrais são também muito floridos, salvo alguns como o do imponente Carlos Magno ao final da nave direita. Os afrescos representam diversos momentos da vida do Senhor, relacionados com o calendário litúrgico. Mas por todas as partes cores, formas sim, mas que quase não são capazes de conter cores, cores que sirvam de fundo às chamas, a lírios estilizados, às estrelas de diversos tamanhos, a afrescos também coloridos, cores que impregnam os arcos, as colunas.

Digno de nota é o chão da Igreja, de mármores e outras maravilhosas pedras do Brasil, constituído por belas figuras, também muito coloridas, com a própria força da cor que emana da pedra.

O chão… se nos esquecemos de dizer que precede a Basílica o pátio talvez -e também- mais belo do mundo… À Basílica se chega pisando com cuidado, com um respeito que introduz o espírito em outra chave; antes do átrio é este pátio maravilhoso o que prepara a alma para encontrar-se com Jesus sacramentado.

Jesus sacramentado. A capela do Santíssimo Sacramento, por trás do presbitério é cheia de luz e paz. O fundo da parede é branco de ressurreição e feliz e serena quietude, com toques de chamas douradas. Por cima do altar um retábulo gótico realizado igualmente com as maravilhosas pedras do Brasil, na qual se incrusta um inédito sacrário, também no magnífico estilo dos Arautos do Evangelho. Ainda que o Santíssimo Sacramento não estivesse exposto, o que ocorre com frequência, o desejo que surge espontâneo é de ficar e rezar, rezar, meditar, deixar-se purificar pela atmosfera sobrenatural. Particularmente belas são ali as fortes pontas de arcos góticos que como chuva de graças caem sobre os adoradores.

Cada detalhe na Basílica foi realizado com esmero. Isso se percebe, por exemplo, nas figuras decorativas que se sobrepõem aos tons prata e bronze de certos arcos. Mas realmente os detalhes estão em tudo.

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Foi maravilhoso chegar à Basílica. Foi maravilhoso estar nela por quase três horas. Foi abençoadíssimo rezar o rosário no pátio de entrada enquanto ia caindo o sol, em um límpido entardecer que podíamos contemplar quase em 360 graus.

Foi maravilhoso rezar na Basílica, e depois adorar a Jesus Hóstia na capela do Santíssimo. Foi extremamente amável nosso Arauto guia. Foi maravilhosa a Missa que pudemos assistir, com todo o cerimonial característico dos Arautos do Evangelho, com suas vozes, que nesse ambiente pareciam de anjos. Foi doloroso partir, mas se ia fazendo tarde.

Com a ajuda de Nossa Senhora voltaremos, ao talvez mais sacral e sublime templo do mundo.

Por Saúl Castiblanco

Traduzido por Emílio Portugal Coutinho

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