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Necessário é que o bom Deus nos castigue

Redação (Sexta-feira, 04-08-2017, Gaudium Press) Quem poderia, meus irmãos, ouvir sem grande surpresa as palavras de nosso Salvador a seus discípulos antes de subir ao Céu, dizendo-lhes que a vida deles seria uma sucessão de lágrimas, de cruzes e padecimentos, enquanto as pessoas do mundo se abandonariam a uma alegria insensata e a risos frenéticos?

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Isto não significa, diz-nos Santo Agostinho, que os homens do mundo, ou seja, os maus, não tenham também seus sofrimentos, pois as perturbações e os pesares são consequência de uma consciência criminosa, e um coração desregrado encontra seu suplício em sua própria devassidão. […]

Talvez, entretanto, penseis: “Não posso compreender que Deus nos aflija, Ele, que é a própria bondade e nos ama infinitamente”. Perguntai-me também, então, se é possível que um bom pai castigue seu filho, ou um médico receite um remédio amargo aos seus doentes.

Julgais que seria mais acertado o pai deixar o filho viver na libertinagem, em vez de castigá-lo para mantê-lo no caminho da salvação e o conduzir ao Céu? Acreditais que agiria melhor o médico que deixasse o doente morrer, pelo receio de dar-lhe remédios amargos?

Oh! Como é cego quem faz tão errado raciocínio! É necessário que o bom Deus nos castigue, pois, do contrário, não seríamos do número de seus filhos, já que o próprio Nosso Senhor Jesus Cristo nos diz que o Céu será dado apenas àqueles que sofrem e combatem até a hora da morte. Julgais, porventura, meus irmãos, que Ele não diz a verdade? Pois bem, observai a vida dos Santos e o caminho que eles seguiram: quando param de sofrer, eles se julgam perdidos e abandonados por Deus.

São João Batista Vianney

(Excerto do Sermão sobre as aflições – in “Revista Aratos do Evangelho”, agosto , 2017)

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