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Achadas relíquias das missões jesuítas no Rio Grande do Sul

Santa Maria – Rio Grande do Sul (Terça-feira, 17-10-2017, Gaudium Press) Após mais de dois anos guardadas no porão da Catedral Metropolitana de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, duas imagens católicas consideradas relíquias de elevado valor histórico foram encontradas.

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Uma Imagem de Santo Antônio e outra de Nosso Senhor dos Passos, ambas pertencentes a reduções jesuíticas, faziam parte da reserva técnica, uma pequena sala na qual ficam guardados objetos que não fazem parte do acervo do Museu Sacro da igreja.

Contudo, depois de quatro meses de pesquisas, um professor e doutor em Teologia comprovou a autenticidade das obras de mais de três séculos. As peças estão entre as mais importantes descobertas da época das Missões no Estado.

A escultura de Santo Antônio, que foi a que mais surpreendeu o professor Édison Hüttner, coordenador do Grupo de Pesquisa sobre Arte Sacra Jesuítico-Guarani da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), possui 1,14 metros de altura e 34 quilos.

A peça foi esculpida em uma madeira resistente de cedro pelo italiano José Brasanelli, visto como um dos artistas mais renomadas dos séculos XVII e XVIII. Possivelmente sua origem é de uma oficina de arte sacra missioneira na região na qual, hoje, fica localizado o município de São Borja, na fronteira da Argentina.

“O Santo Antônio é uma das grandes artes missioneiras do Estado”, afirmou Hüttner, que em maio confirmou que o museu de Santa Maria conserva, também, o sino missioneiro mais antigo do Estado, com 333 anos.

Por sua vez, a Imagem de Nosso Senhor dos Passos tem 80 centímetros de altura e pesa quase 10 quilos. A obra possui autoria desconhecida, mas provavelmente um artesão amador foi quem a esculpiu em cedro no século XVIII. Conforme Hüttner, pode ter sido feita por um índio guarani.

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A imagem mostra o Cristo curvado. Nas costas, ele carregava uma cruz de madeira que não existe mais.

Além disso, a peça já está um tanto desgastada, com braços presos ao corpo por cravos, que são uma espécie de prego de ferro.

Segundo a responsável técnica do museu, Neila da Silva Guterres, a obra que chegou até a direção do Museu Sacro há cerca de quatro anos foi achada abandonada às margens da Estrada do Perau, sob sol e chuva, o que acelerou o processo de deterioração da madeira. (LMI)

Da redação Gaudium Press, com informações do site jesuitasbrasil.com e Diário de Santa Maria

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