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A importância de ter um templo paroquial cheio de beleza

Washington – Estados Unidos (Terça-feira, 31-10-2017, Gaudium Press) Em um artigo para a plataforma católica Aleteia, o Padre Robert McTeigue, SJ, sacerdote e autor norte-americano, explicou alguns aspectos da importância da beleza nos templos católicos e a urgência de investir no fomento da arte sacra. Como reflexão aos fiéis, o presbítero questionou: “Você descreveria seu templo paroquial como belo? Desejaria ter mais tempo para explorar seus tesouros?”. Em seguida, dedicou alguns parágrafos sobre a importância das respostas a essas perguntas.

A beleza é necessária

“Um sábio jesuíta me disse: ‘A presença da arte católica em um lar não prova nada mas diz muito; a ausência de arte católica no lar não prova nada mas diz muito'”, recordou o Padre McTeigue, que pediu para aplicar este princípio aos templos, acrescentando um conceito adicional: a Arte Sacra não somente “diz” muito, mas que “faz” muito. “As belas artes nutrem a alma ao tempo que fomentam em nós a fome do Céu, onde reside a Beleza mesma”.

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Uma das causas das enfermidades do mundo e as feridas da Igreja poderia ser a negação da necessidade da beleza, afirmou o sacerdote. Citando ao converso Dr. James Patrick, lamentou o abandono dos grandes projetos de arquitetura e arte sacra, raramente empreendidos na atualidade: “As grandes Catedrais francesas, tão cheias de beleza e interesse, são agora como baleias encalhadas em uma costa estranha, a Fé que as construiu agora são uma luz piscante”.

Para resolver um panorama desolador, o Padre McTeigue propôs refutar objeções frequentes ao fomento da arte sacra nas paróquias. O primeiro deles é econômico. Questionado sobre se o dinheiro dos templos belos seria melhor investido nos pobres, o sacerdote recordou uma perspectiva pouco mencionada. “Acaso os pobres não tinham necessidade também da beleza? Devemos alimentar seus corpos e não suas almas?”, questionou por sua vez. “Não esqueçamos que nos Estados Unidos, muitas das grandes Catedrais foram construídas com os centavos dos imigrantes pobres que desejavam transladar as glórias de sua herança Católica da Europa a América”.

Não faz falta mais dinheiro para ter mais beleza

Além disso, o fomento da beleza não significa necessariamente um aumento do custo material. “Há formas de belos ornatos disponíveis para nossos templo que custam pouco ou nenhum dinheiro”, indicou o sacerdote. “Um exemplo é a música”. Se bem que a música sacra é interpretada com corais e órgãos de tubos, a tradição católica “tem um tesouro de música sacra sublime, fácil de interpretar e que não requer instrumentos. Não podemos adquirir algumas partituras?”. Isto supõem um esforço humano por parte dos músicos, aos quais o Padre McTeigue exortou: “Você tem certeza moral de que por amor ao próximo e a maior glória de Deus, se forneceu a melhor música sagrada católica?”

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“Outra forma de beleza que todas nossas paróquias necessitam desesperadamente e que custa nada é a boa pregação”, acrescentou o sacerdote. Da mesma maneira, como perguntou aos músicos, o autor pediu para se refletir profundamente se todas as homilias que pregam “estão marcadas pelo Verdadeiro, o Bom e o Belo” e se, “por amor ao próximo e a maior glória de Deus, você investiu seus melhores esforços, sua educação e oração, e sua dedicação ao ofício” para conquistar o melhor sermão possível. Quando ensinava retórica, o redator explicava aos seus alunos que as palavras tinham “sabor” e que eram mais críveis se sua “forma e conte[udo revelam seu um trabalho de amor”. Da mesma maneira, a pregação deve ser perceptível como um ato de adoração a Deus.

Damos o melhor a Deus?

Comparando o Culto Divino com outra cerimônia de caráter civil, a Mudança de Guarda no Túmulo do Soldado Desconhecido no Cemitério Nacional de Arlington, o Padre McTeigue convidou a descobrir na atitude dos soldados uma beleza particular das ações. “Não pode negar-se que algo solene e importante está sucedendo”, descobriu o presbítero. “E não se pode negar que aqueles responsáveis da Mudança de Guarda acreditam que é o evento mais importante de suas vidas. Disciplina, sacrifício, devoção, precisão humildade e reverência marcam cada aspecto da cerimônia”.

Trasladando esta noção aos templos paroquiais, o redator convidou a refletir se os templos mesmos e seu conteúdo (a arte sacra, a música, os móveis, os vasos), e “especialmente nosso comportamento, inspiram admiração imediatamente”. “Poderia imaginar que uma criança que entre no templo pela primeira vez, olhe ao redor com seus olhos maravilhosos e exclame: ‘Deus vive aqui!’?, concluiu. “O amor verdadeiro exige que ofereçamos o melhor de nós à quem é amado. Podemos ter uma conversa calma sobre se estamos oferecendo o melhor de nós a Deus? Nos atreveremos a fazer um exame de consciência sobre se estamos oferecendo o melhor a Deus?”. (EPC)

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