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Espanha realiza tradicional “Toque de Defuntos” com 400 campanários

Valência – Espanha (Sexta-feira, 03-11-2017, Gaudium Press) A Diocese de Valência, Espanha, ofereceu por mais um ano o tradicional “Toque de defuntos”, com o soar de mais de 400 torres de campanário. O clamor dos sinos ocorreu nos dias 1º e 02 de novembro por ocasião da Solenidade de Todos os Santos e a comemoração dos fiéis defuntos.

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De acordo com Frances Llop, presidente da Associação de Sineiros da Catedral de Valência, estes toques “são os mais antigos conservados na atualidade”, já que datam do século XV.

Os toques, como explica Llop, são realizados habitualmente por sinos fixos e com algum momento de aceleração. Entre os repiques de defuntos que foram recuperados da antiguidade está o “Clamoreo” que se realiza na Catedral de Valência, para o qual o campaneiro utiliza nove dos onze sinos do Miguelete, interpretando o toque à mão.

Seu toque é rápido e o som “termina com a máxima velocidade permitida pela perícia do tocador e pelas limitações das cordas com que se acionam os sinos”, expõem.

O “Toque de defuntos” não apenas se realizava por ocasião das festas de Todos os Santos e dos fiéis defuntos, mas também para acompanhar os enterros e para anunciar os falecimentos de grandes personalidades.

Segundo o Presidente da Associação de Sineiros da Catedral de Valência “antigamente havia até doze classes distintas de toques aos mortos segundo a idade, a categoria social, e a possível permanência a algum grupo ou confraria do falecido”, mas hoje o “Toque de defuntos” é igual para todos. Anteriormente também existiam os chamados “Toques de agonia”, que se utilizavam para anunciar quando um enfermo estava para morrer.

A Associação de Sineiros da Catedral de Valência explica que os toques tradicionais de sinos se caracterizam pelo emprego de todos ou quase todos os sinos, com o objetivo de construir uma mensagem. “Trata-se da maneira mais direta de transmitir e construir as emoções da comunidade”.

Uma mensagem que antes era construída por cada Catedral, mas que com o tempo foi desaparecendo. O propósito da Associação de Sineiros é recuperar esta tradição que havia ficado no esquecimento.

Precisamente com esta finalidade, os Sineiros da Catedral de Valência e da localidade valenciana de Albaida participarão nesta sexta-feira, 03, e no sábado, 04 de novembro, do Congresso “Patrimônio imaterial. Experiências no território valenciano”, que ocorrerá na Faculdade de Geografia e História da Universidade de Valência. Ali falarão sobre a importância dos toques manuais dos sinos e dos sineiros como conservadores e criadores de patrimônio.

Também será ocasião para que os sineiros de Albaida apresentem o futuro projeto do Museu Internacional do Toque Manual de Sinos, que abrirá suas portas nesta localidade e recolherá sons de todo mundo. (EPC)

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