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Para rezar, preciso saber dizer “Pai”, diz Papa na Audiência Geral

Cidade do Vaticano (Quinta-feira, 16-11-2017, Gaudium Press) “A Missa é a oração por excelência, a mais elevada, a mais sublime, e ao mesmo tempo a mais “concreta.

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Estas foram palavras do Papa Francisco dando continuando o ciclo de catequeses sobre a Eucaristia iniciada ainda há pouco durante as Audiências Gerais das quartas-feiras.

O Papa enfatizou hoje que a Missa é “o encontro do amor com Deus mediante a sua Palavra e o Corpo e Sangue de Jesus”.

O Pontífice explicou que estar em oração significa, acima de tudo, estar em diálogo, numa relação pessoal com Deus:
“O homem foi criado como ser em relação com Deus, que encontra a sua plena realização somente no encontro com o seu Criador. O encontro da vida é rumo ao encontro definitivo com o Senhor”.

Silêncio: importância dele na oração

Depois de citar o encontro do Senhor com Moisés, e de Jesus quando chama os seus discípulos, Francisco afirmou que “a Missa, a Eucaristia é o momento privilegiado para estar com Jesus, e por meio d’Ele, com Deus e com os irmãos”,

Para o Santo Padre, “Rezar, como todo verdadeiro diálogo, é também saber permanecer em silêncio. No diálogo existem momentos de silêncio, no silêncio junto a Jesus. E quando nós vamos à Missa, talvez chegamos cinco minutos antes e começamos a conversar com quem está ao meu lado. Mas não é o momento de conversa! É o momento do silêncio para nos prepararmos para o diálogo. Momento de se recolher no coração para nos prepararmos para o encontro com Jesus. O silêncio é muito importante”.

Recordado o que ele havia dito na Audiência Geral da última quarta-feira, Francisco repetiu seu pensamento com ênfase:
“Não vamos a um espetáculo. Vamos a um encontro com o Senhor e o silêncio nos prepara e nos acompanha”.

“Pai” é o modo correto de dirigir-se a Deus

“Jesus mesmo nos ensina como realmente é possível estar com o Pai e demonstra isto com a sua oração”, disse o Pontífice para recordar milhares de fiéis presentes na Audiência uma passagem da vida de Nosso Senhor:
Ele explica aos discípulos que o veem retirar-se em oração, que a primeira coisa necessária para rezar é saber dizer “Pai”.

E Francisco recomenda atenção ao ensinamento desta passagem:
“Prestem atenção: se eu não sou capaz de dizer “Pai” a Deus, não sou capaz de rezar. Devemos aprender a dizer “Pai”. Tão simples. Dizer Pai, isto é, colocar-se na sua presença com confiança filial”.

Humildade: virtude para aprender a rezar

Para aprender a dizer Pai, aprender a orar, “é necessário reconhecer humildemente que temos necessidade de ser instruídos e dizer com simplicidade: Senhor, ensina-me a rezar”:

“Este é o primeiro ponto: ser humildes, reconhecer-se filhos, repousar no Pai, confiar n’Ele. Para entrar no Reino dos Céus é necessário fazer-se pequenos como crianças, no sentido de que as crianças sabem entregar-se, sabem que alguém se preocupará com elas, com o que irão comer, o que vestirão e assim por diante”, disse o Papa.

Deixar-se maravilhar, admirar

A segunda condição paa aprendermos a rezar “é deixar-se surpreender”, como as crianças, diz o Papa:
“A criança sempre faz mil perguntas porque deseja descobrir o mundo; e se maravilha até mesmo com as coisas pequenas, porque tudo é novo para ela. Para entrar no Reino dos céus, é preciso deixar-se maravilhar”. “Entregar-se e abrir o coração para deixar-se maravilhar”, continuou Francisco, perguntando aos presentes:

“Em nossa relação com o Senhor, na oração, deixamo-nos maravilhar? Ou pensamos que a oração é falar a Deus como fazem os papagaios?”.

“Deixamo-nos surpreender por Deus que é sempre o Deus das surpresas? Porque o encontro com o Senhor é sempre um encontro vivo. Não um encontro de Museu. É um encontro vivo e nós vamos à Missa, não a um Museu. Vamos a um encontro vivo com o Senhor”.

Desejo de renascer, recomeçar

Para dar continuidade a suas reflexões, o Pontífice recordou o episódio com Nicodemos, a quem o Senhor fala sobre a necessidade de “renascer do alto”.

“Mas o que significa isto? Se pode “renascer”? Voltar a ter o gosto, a alegria, a maravilha da vida, é possível?”, interroga o Papa, antes de continuar:

“Esta é uma pergunta fundamental de nossa fé e este é o desejo de todo verdadeiro fiel: o desejo de renascer, a alegria de recomeçar. Nós temos este desejo? Cada um de nós tem desejo de renascer sempre para encontrar o Senhor? Vocês têm este desejo?
De fato, se pode perdê-lo facilmente, por causa de tantas atividades, de tantos projetos a serem concretizados, e no final, resta pouco tempo e perdemos de vista o que é fundamental: a nossa vida de coração, a nossa vida espiritual, a nossa vida que é um encontro com o Senhor na oração”.

O encontro de Deus com minha fragilidade

O Senhor nos surpreende – disse o Papa – mostrando-nos que “Ele nos ama também em nossas fraquezas”, tornando-se “a vítima de expiação pelos nossos pecados” e por aqueles do mundo inteiro:

“E este dom, fonte da verdadeira consolação – mas o Senhor nos perdoa sempre, isto consola, é uma verdadeira consolação, é um dom que nos é dado por meio da Eucaristia, aquele banquete nupcial em que o Esposo encontra a nossa fragilidade”.
“Posso dizer que quando faço a comunhão na Missa o Senhor encontra a minha fragilidade? Sim, podemos dizer isto porque isto é verdade!”

“O Senhor encontra a nossa fragilidade para nos levar de volta àquele primeiro chamado: o de ser a imagem e semelhança de Deus. Este é o ambiente da Eucaristia, esta é a oração”, conclui o Santo Padre.
(JSG)

(Da Redação Gaudium Press, com Informações RV)

 

 

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