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Padres de Criciúma (SC) celebram juntos 60 anos de sacerdócio

Criciúma – Santa Catarina (Terça-feira, 05-12-2017, Gaudium Press) Os sacerdotes mais idosos da Diocese de Criciúma completaram recentemente mais um ano de ordenação e serviço em suas paróquias, nas quais já exerceram as funções de pároco e atualmente são vigários. Tanto o Padre Manoel Odorico Francisco quanto o Padre Silvestre Junkes celebraram em 2017 seus 60 anos de sacerdócio.

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O jubileu dos presbíteros foi comemorado de forma individual, sendo que cada um deles festejou com seus paroquianos, em datas diferentes.

Enquanto o Padre Manoel, também conhecido como Maneca pelos fiéis na Paróquia Nossa Senhora da Salete, em Criciúma, presidiu missa no dia 1º de dezembro, na igreja matriz, no bairro Próspera, o Padre Silvestre celebrou com a comunidade da Paróquia São Miguel Arcanjo, em Vila Nova, Içara, no domingo, 3.

Padre Manoel está há 56 anos à serviço da comunidade católica da grande Próspera. Já o Padre Silvestre, na paróquia de Vila Nova desde que foi criada, em 1973, se encontra atualmente afastado de suas atividades há quatro anos, devido a fragilidade de sua saúde.

Os dois padres, na década de 1940, eram seminaristas e são amigos de longa data desde os tempos de estudo e discernimento da vocação no Primeiro Seminário de Santa Catarina, em São Ludgero.

Desejo de seguir a vocação sacerdotal

Padres de Criciúma (SC) celebram juntos 60 anos de sacerdócio (3).pngEntrevistado pelo site da Diocese de Criciúma, o Padre Maneca afirmou que sentiu os primeiros sinais do chamado de Deus à vida religiosa logo quando criança, e eles “se acentuaram quando fui coroinha e ficava na casa paroquial para fazer as ‘voltas’, os trabalhos para a casa e para meu vigário, que era o Padre Pedro Ulrich. Em contato com ele, foi crescendo esse desejo de seguir a vocação sacerdotal”.

Na Catedral de Tubarão, teve sua ordenação sacerdotal realizada em 1º de dezembro de 1957, junto aos colegas já falecidos Bertilo Schmidt, Antonio Herdt, Francisco Marini e Izidoro Ghislandi, além de Silvestre Junkes, que permanece vivo.

“O que se pede a Deus é que todas as pessoas que, de alguma maneira se aproximam da gente, encontrem muito mais a Jesus Cristo. Que se possa apontar, como João Batista: ‘Eis o Cordeiro de Deus’; indicar que as pessoas devem seguir o Mestre e não propriamente o padre. O padre deve ser um indicador, onde está Ele, está o Cristo”, disse o Padre Maneca.

Ao tomar posse, o presbítero lembrou-se das orientações concedidas pelo seminário. “Que a gente sempre procurasse ter a maioria da população ao lado dos paroquianos e que, para isso, a gente delegasse funções para que eles participassem. Nossa missão como sacerdotes era de pregar às multidões, mas especialmente, cuidar da formação das lideranças, para que elas pudessem realizar o trabalho no meio do povo”.

Ainda conforme o Padre Manoel, é preciso procurar sempre estar “aberto ao novo, porque quando nós nos fechamos em um trabalho, pensando que somos os melhores, por nada nos tornamos sinal de morte. Não somos mais sinal de vida, porque nós nos fechamos ao parecer e à opinião dos outros (…); quando abertos, sempre podemos aperfeiçoar o que estamos fazendo”, ressaltou o padre, que tem 86 anos de idade.

Para o presbítero, uma de suas realizações é estar junto de seus paroquianos. “Eu caracterizo a Próspera como um lugar de pessoas muito solidárias; um pessoal muito bom para se tratar e que acolhe qualquer pedido da gente. Se a gente faz uma conclamação, estão todos prontos para colaborar. A Próspera é uma grande família. Sinto-me feliz quando posso ouvir esse povo e procuro, de alguma maneira, apontar caminhos, colocar indicadores para as pessoas terem uma vida mais liberta, saudável e feliz, sempre colocando a Palavra de Deus como marco de iluminação, porque a Bíblia, em si, não traz respostas prontas, mas à luz da Palavra buscar aquilo que se deseja”.

“O importante é que nesses quase 54 anos de sacerdócio, consegui perseverar, com acertos e desacertos, defeitos e virtudes, e com a vontade de continuar servindo. O que dá muita alegria principalmente neste tempo, em que já se está com uma idade avançada, é participar de uma celebração eucarística vendo o povo cantar e rezar com aquela unção que lhe é própria. Isso dá uma alegria muito grande, pois dá um quê de mistério, de que o Senhor realmente está ali presente, o que me alegra muito e preenche ainda mais a vida da gente”, observou o Padre Maneca.

Parabéns, padre novo!

Por sua vez, o amigo e colega de sacerdócio, Padre Silvestre Junkes, comemorará no próximo dia 14 dezembro 91 anos de vida e, mesmo com as dificuldades impostas em razão da saúde, ele mantém sua alegria. Aos sábados, costuma presidir a missa na capela de sua residência.

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“Agradeço pela vida, dom de Deus. Vou fazer 91 anos e nunca pensei chegar até aqui. Quando fiquei padre, meu pároco, que era franciscano, de certa idade, depois da missa solene, disse para mim: ‘Parabéns, padre novo!’ Eu respondi: ‘Eu não sou novo, estou com 31 anos’. Ele olhou para mim e disse: ‘Padre, para casar e para ficar padre a gente nunca é velho demais!'”, confessou o Padre Silvestre, também entrevistado pela Diocese de Criciúma.

O presbítero que, apesar dos percalços vividos ainda dentro do seminário, se diz grato pela caminhada. “Pensei em desistir, mas depois vi que queria ser padre mesmo. Assumi e enfrentei lugares difíceis”.

Em Içara, desembarcou em 1966 para auxiliar o irmão, que também era padre, como vigário paroquial na Paróquia São Donato, na qual permaneceu por sete anos e meio. “Vim com a promessa do bispo de ser pároco de uma paróquia desmembrada de Içara. Em janeiro de 1973 se deu a criação da Paróquia São Miguel, de Vila Nova e, em setembro do mesmo ano, assumi a paróquia. Estive a frente durante 20 anos e por motivos de doença, Dom Hilário Moser me pediu se eu queria ser transferido ou se queria um auxiliar. Passei a ser vigário paroquial e Padre Angelo Galato assumiu como pároco na época”, lembrou.

Da mesma forma que o Padre Maneco, Padre Silvestre tem muito carinho pelos fiéis. “Eu gosto de Vila Nova. O povo sabe que as paróquias, todas elas, tem seus problemas, dificuldades e desafios. Umas de um jeito, outras de outro. Mas penso que o padre tem sempre que olhar aquilo que Jesus diz na Sagrada Escritura: ‘Vim para servir e não para ser servido’. Devemos caminhar por aí. Estar a serviço da comunidade e servir mesmo nas coisas pequenas. As pessoas nunca esquecem”.

Por fim, o sacerdote destacou: “quanto à nossa caminhada, nós padres temos três pontos importantes que devemos levar com muita seriedade: o primeiro é a Eucaristia, ponto alto de nossa fé. O segundo é, sem dúvida, sermos evangelizadores. Temos muitos mestres talvez, no mundo de hoje, mas devemos deixar de ser mestres e sermos evangelizadores. O terceiro é para todo mundo e muito mais para o padre: a oração. Oração é fundamental”. (LMI)

Da redação Gaudium Press, com informações Diocese de Criciúma

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