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Missa do Galo: Papa convida a "Transformar a força do medo em força da caridade"

Cidade do Vaticano (Terça-feira, 26-12-2017, Gaudium Press) Na noite de domingo,24 para 25 de dezembro, a Basílica Vaticana parecia ter-se encolhido.

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A Basílica ficou repleta de fiéis que lá estavam para a Missa da Vigília de Natal que foi presidida pelo Santo Padre.

Telões instalados na Praça São Pedro possibilitaram a participação daqueles que não couberam na Basílica e ali estavam, apesar do frio.

Narração simples do acontecimento que mudou a História

As reflexões do Papa Francisco, em sua homilia, foram inspiradas no Evangelho de Lucas, iniciando com a narração simples do acontecimento que mudou para sempre a nossa História:
“Tudo, naquela noite, na manjedoura, se tornava fonte de esperança: Maria deu à Luz”.

Esperanças, incertezas, perigos

As palavras de Francisco foram para recordar o percurso do jovem casal formado por Maria e José, que esperavam o nascimento de uma criança e forma obrigados a partir, enfrentado uma viagem nada confortável, deixando para trás sua casa, sua terra, tudo.

Nada era fácil para Maria e José. Mas, o pior estava para acontecer quando chegassem a Belém: vieram par os que eram seus e eles não o receberam. Eles estavam em uma terra onde não o receberam, ali não havia lugar para eles um bebê: foram forçados a deixar a sua terra. E o pior, quando chegaram a Belém, sentiram estar numa terra onde não o s recebiam, onde não havia lugar para eles.

“Mas foi precisamente lá, naquela realidade que se revelava um desafio, que Maria nos presenteou com o Emanuel, lá acende-se a centelha revolucionária da ternura de Deus. Em Belém, criou-se uma pequena abertura para aqueles que perderam a terra, a pátria, os sonhos; mesmo para aqueles que sucumbiram à asfixia produzida por uma vida fechada”, comentou o Papa.

Comparando realidades

O Papa Francisco lembrou a realidade enfrentada por Maria e José confrontando-a com os fatos do presente:

“Nos passos de José e Maria, vemos hoje as pegadas de famílias inteiras que são obrigadas a partir, milhões de pessoas que não escolhem partir, mas são obrigadas a separar-se dos seus entes queridos, são expulsas da sua terra”. (…)”em muitos casos, esta partida está carregada de esperança, carregada de futuro”; ressaltou que “em tantos outros, a partida tem apenas um nome: sobrevivência”.

“Maria e José, para quem não havia lugar, são os primeiros a abraçar Aquele que nos vem dar a todos o documento de cidadania; Aquele que, na sua pobreza e pequenez, denuncia e mostra que o verdadeiro poder e a autêntica liberdade são os que honram e socorrem a fragilidade do mais fraco”, comenta Francisco, reiterando seu pensamento.

Quem recebeu primeiro a Boa Nova…

Para continuar a descrição do contexto do ambiente de Belém naquela época, Francisco recorda a figura dos pastores, homens e mulheres que viviam à margem da sociedade, eram considerados impuros pela cor de sua pele, as roupas, o odor, o modo de falar, a origem: neles tudo gerava desconfiança. Mas foi a eles que o anjo anunciou o nascimento do Salvador, eles foram os primeiros destinatários da Boa Notícia.

Convite a partilhar, celebrar, anunciar, ser protagonista

O Papa Francisco continuou ainda com suas reflexões:
“Eis a alegria que somos convidados a partilhar, celebrar e anunciar nesta noite. A alegria com que Deus, na sua infinita misericórdia, nos abraçou a nós, pagãos, pecadores e estrangeiros, e nos impele a fazer o mesmo”.

“Ele está no visitante indiscreto, muitas vezes irreconhecível, que caminha pelas nossas cidades, pelos nossos bairros, viajando nos nossos transportes públicos, batendo às nossas portas.”

E o seu pedido final, antes de fazer uma oração foi:
“Não tenhamos medo de experimentar novas formas de relacionamento; Natal é tempo para transformar a força do medo em força da caridade, em força para uma nova imaginação da caridade. A caridade que não se habitua à injustiça como se fosse algo natural, mas tem a coragem, no meio de tensões e conflitos, de se fazer «casa do pão», terra de hospitalidade”.

Rezou para concluir:

“Menino pequenino de Belém, pedimo-Vos que o vosso choro nos desperte da nossa indiferença, abra os olhos perante quem sofre. A vossa ternura desperte a nossa sensibilidade e nos faça sentir convidados a reconhecer-Vos em todos aqueles que chegam às nossas cidades, às nossas histórias, às nossas vidas. Que a vossa ternura revolucionária nos persuada a sentir-nos convidados a cuidar da esperança e da ternura do nosso povo”, concluiu. (JSG)

 

 

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