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Nascimento de São João Batista

Redação, (Terça-feira, 26-12-2017, Gaudium Press) Maria Santíssima permaneceu na casa de Santa Isabel, que estava grávida, durante três meses. Nas sacrais conversas havidas entre elas, a Virgem contou a sua prima o que São Gabriel Lhe revelara na Anunciação.

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O menino saúda São José

Falou-lhe também sobre a importante missão do menino que Santa Isabel trazia em seu seio, e indicou o nome que ele deveria receber: João. Sua prima “não sabia do anúncio do Anjo a Zacarias de que o menino se chamaria João, pois seu esposo estava, desde então, mudo e surdo”.

São João Batista nasceu e “Maria permaneceu ainda em casa de Santa Isabel – em Ain-Karim – para assisti-la na primeira fase da maternidade”.

O virginal esposo de Nossa Senhora saíra de Nazaré a fim de buscá-La e, quando chegou à residência, deparou-se com o pequeno João Batista. “São José, dotado de discernimento dos espíritos, viu confirmadas as moções da graça que tivera ao tomar conhecimento da miraculosa concepção de Santa Isabel.

“Por sua vez, o menino, já limpo do pecado original, também reconheceu a importância do visitante e, apesar de ser um recém-nascido, inclinou-se reverentemente para saudar o Santo Patriarca. Ambos, tão ligados ao mistério da Redenção, ficaram jubilosos com esse encontro.” Se São João Batista assim saudou São José, como terá sido a manifestação de veneração do menino para com a Santíssima Virgem!

São Zacarias recuperou milagrosamente a fala

Oito dias após o nascimento do menino foi realizada em casa de São Zacarias a circuncisão, e as pessoas que ali compareceram queriam dar-lhe o nome de seu pai.

Entretanto, Santa Isabel declarou: “Não. Ele vai se chamar João” (Lc 1, 60). “Por meio de sinais, então, perguntaram ao pai como ele queria que o menino se chamasse. Zacarias pediu uma tabuinha e escreveu: ‘João é o seu nome!'” (Lc 1, 62-63).

Então, São Zacarias recuperou milagrosamente a fala. Devido a sua incredulidade, ele ficara mudo por nove ou dez meses; em razão de sua fé e obediência, a palavra lhe foi devolvida, quando deu a seu filho o nome prescrito por Deus.

Ao conhecer esses fatos, todos os vizinhos se encheram de temor, a notícia se espalhou pela Judeia e as pessoas se perguntavam: “Que vai ser este menino?” (Lc 1, 66).

Inspirado pelo Divino Espírito Santo, São Zacarias entoou o Benedictus, que é um cântico profético (cf. Lc 1, 67). Todos os membros dessa bem-aventurada família foram plenos do Paráclito: São João Batista (cf. Lc 1, 15), Santa Isabel (cf. Lc 1, 41) e São Zacarias (cf. Lc 1, 67).

As palavras desse cântico são proféticas porque se referem a Jesus, “um poderoso Salvador na casa de Davi” (Lc 1, 69), e a São João Batista, que irá “à frente do Senhor, preparando os seus caminhos” (Lc 1, 76).

Quem eram os inimigos

Focalizemos alguns trechos desse belo cântico.

O Messias virá “salvar-nos dos nossos inimigos e da mão de quantos nos odeiam” (Lc 1, 71). E, “livres dos inimigos” (1, 74), nós poderemos servi-Lo. Naquela época, os inimigos não eram propriamente os romanos, mas sobretudo os fariseus, os saduceus e os maus sacerdotes, especialmente os membros do Sinédrio. E também Herodes Idumeu que cometeu os mais hediondos crimes.

Esse ódio contra os bons, alimentado pelos demônios, manifestou-se através da História nas perseguições à Igreja Católica. E atualmente essas perseguições se multiplicam de maneira espantosa.

Entretanto não podemos nos esquecer de que existe também o ódio sagrado, do qual o Profeta Elias estava repleto. Nosso Senhor manifestou sua cólera divina, por exemplo, nas duas expulsões dos vendilhões do Templo: uma no início de sua pregação (cf. Jo 2, 13-22), e outra alguns dias antes da Paixão (cf. Mc 11, 15-19). Por esses episódios podemos conhecer “a cólera do próprio Deus, a indignação do Onipotente, vista através dos véus da natureza humana”.

Não teve mestres, mas foi formado pelo Espírito Santo

Após transcrever o Benedictus, São Lucas afirma que São João Batista foi viver nos desertos, “e seu espírito se fortalecia” (Lc 1, 80). Explica o grande exegeta Fillion que ele não teve necessidade de mestres, pois “foi formado diretamente pelo Espírito Santo”.

Vivia em oração e penitência: vestia-se com pelo de camelo; trazia um cinturão de couro em torno dos rins, “para mostrar que era virgem e praticava a castidade”. “Seu alimento era gafanhotos e mel silvestre” (Mt 3, 4).
“João [foi] cognominado depois o Batista, porque administrava o Batismo.”

Peçamos a São João Batista que nos obtenha de Nossa Senhora a graça de levarmos uma vida de seriedade, com muita oração e penitência – conforme Ela pediu em Fátima -, para lutarmos eficazmente em defesa da Santa Igreja. Recomendemo-nos também a São Zacarias e Santa Isabel, cuja memória é celebrada em 23 de setembro.

 

Por Paulo Francisco Martos
(in “Noções de História Sagrada” -134)

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1 – CLÁ DIAS, João Scognamiglio, EP. São José: quem o conhece?… São Paulo: Instituto Lumen Sapientiae. Arautos do Evangelho. 2017, p. 137-138.
2 – Idem, ibidem, p. 139.
3 – Cf. FILLION, Louis-Claude. La sainte bible avec commentaires – Évangile selon S. Luc. Paris: Lethielleux. 1889, p. 56.
4- CLÁ DIAS, João Scognamiglio. EP. O inédito sobre os Evangelhos. Vaticano: Libreria Editrice Vaticana; São Paulo: Instituto Lumen Sapientiae, 2013, v. VII, p. 266.
5 – FILLION, Louis-Claude. La sainte bible avec commentaires – Évangile selon S. Luc. Paris: Lethielleux. 1889, p. 61.
6 – CLÁ DIAS, op. cit. 2013, v. I, p. 33.

7 – SÃO JOÃO BOSCO. História Sagrada. 10 ed. São Paulo: Salesiana, 1949, p. 215.

 

 

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