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O ícone da Salus Populi Romani foi restaurado: cerimônia do Traslado será domingo

Cidade do Vaticano (Sexta-feira, 26-01-2018, Gaudium Press) O Santo Padre presidirá a celebração eucarística na Basílica Papal de Santa Maria Maior, na Festa da Trasladação do ícone Salus Populi Romani, no próximo domingo, 28 de janeiro, às 9 horas.

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O ícone da Padroeira de Roma, Salus Populi Romani, retrata a Santa Mãe de Deus tendo nos braços o Menino Jesus abençoando.

A solenidade do traslado do Ícone é realizada todos os anos por ocasião do último domingo de janeiro e quer expressar um agradecimento pelos séculos de presença da imagem sagrada na Basílica Liberiana e pelos inúmeros favores e bênçãos através dele distribuídos pela Padroeira de Roma.

Salus Populi Romani

O ícone mariano de Salus Populi Romani é um dos mais famosos e venerados dentro da Igreja e particularmente os romanos têm grande devoção a ele ao qual recorrem com confiança, por ele invocando a Virgem sua proteção em meio às tribulações da vida cotidiana.

O Papa Francisco é devoto da Salus Populi Romani e tem por ela uma devoção especial. Logo após sua eleição para o Papado ele dirigiu-se até a Basílica para venerar o piedoso ícone e sempre, antes e depois de cada Viagem Apostólica internacional, o Santo Padre dirige-se à Basílica para um momento de oração e oferta de flores.

Ícone Restaurado

A celebração litúrgica deste domingo, que contará com a presença de Francisco, coincide com a exposição do ícone que acaba de ser restaurado nos “Laboratórios de Restauração dos Museus Vaticano”, sob a supervisão de uma Comissão presidida pelo Cardeal Stanislaw Rylko, Arcipreste da Basílica Liberiana.

Com a restauração foi possível resgatar a beleza original e a realidade histórica da obra, que havia sido ofuscada ao longo dos séculos por uma sobreposição de camadas de tintas e pela própria ação do tempo, graças às sofisticadas tecnologias das pesquisas empregadas antes do início dos trabalhos e à extraordinária perícia dos restauradores vaticanos.

Alguns Pontos de História

A Festa da Trasladação recorda a cerimônia que em 1613, por desejo de Paulo V, recebeu o ícone na Capela Borghese ou Paulina, da Basílica Santa Maria Maior.

No início, o ícone encontrava-se sobre a porta do Batistério da Basílica e a ele foi atribuído, em 1.240, o título de Regina Coeli, tendo sido levado, posteriormente, para a nave central e, a partir do século XII, depositado e conservado em um tabernáculo de mármore.

Por fim, o venerado ícone foi colocado acima do altar da Capela Paulina, construída e decorada com o intuito de ali ele ser custodiado.

Foi a Mãe do Imperador Constantino, Santa Helena, quem trouxe o ícone para Roma e a construção da Igreja deve-se ao Papa Libério que mandou construí-la em local indicado a ele pela Virgem Maria, em um sonho.
Foi sobre esta Igreja que, por desejo de Sisto III, que foi edificada a atual Basílica de Santa Maria Mayor.

O nome Salus Populi Romani deriva da tradição de levá-la em procissão pelas ruas de Roma para exorcizar perigos e desgraças, ou para afugentá-los, como no caso de pestes.

Um Grande Prodígio

Foi sob o pontificado de Gregório Magno que ocorreu um grande prodígio.
No ano de 590 Roma foi atingida por uma peste que lhe dizimava a população e não se tinha como evita-la.

Inspirado, Gregório Magno fez com que o Ícone fosse transportado em oração em uma procissão pelas ruas de Roma e, então, a epidemia da peste cessou.

São Pio V também, no século XVI, fez realizar uma grande procissão com o ícone indo até a Basílica de São Pedro pedindo proteção de Maria para o povo romano.

Outro fato mostra a devoção dos Papas pela Salus Populi Romani: A Virgem foi coroada pelo Pontífice por Clemente III (1.592-1605) que deu início a esta devota tradição. A seguir, o ícone torna-se cada vez mais amado e venerado.
Os primeiros jesuítas missionários partiram levando consigo uma reprodução desta imagem.

São Lucas – Evangelista e Pintor

Segundo a tradição, a imagem teria sido pintada pelo Evangelista São Lucas. Ele a teria copiado de uma imagem acheropita (ou seja, não pintada por mãos humanas) que estava em Lidda, na Palestina.

Quando Pedro e João converteram uma grande multidão em Lidda, construíram uma igreja consagrada a Mãe de Deus. Mais tarde, os Apóstolos encontraram em uma das colunas uma imagem da Mãe de Deus, milagrosamente feita “sem mãos humanas”.

Posteriormente, a Virgem visitou esta Igreja, abençoou a imagem e conferiu a ela a graça de realizar milagres.

No século IV a imagem foi ameaçada por Juliano, o Apóstata, que ordenou que ela fosse removida. Mas ela resistiu aos golpes de martelo. E este fato milagroso foi causa de atração de multidões de peregrinos de todo o Oriente que a vinham visitar e venerar.

A Descoberta por Santa Helena

Uma tradição histórica conta que após a crucifixão, quando Maria se transferiu para a casa de São João, levou consigo seus pertences, entre os quais havia uma mesa feita pelo próprio Jesus na marcenaria de São José.

Esta mesa passou pela propriedade de algumas piedosas virgens de Jerusalém, que convenceram São Lucas de pintar sobre ela uma imagem da Mãe de Deus.

E seria justamente este ícone que ficou em Jerusalém, até a descoberta por Santa Helena, no século VI.
O ícone, juntamente com outros objetos sacros, foi levado até Constantinopla onde Constantino, filho de Helena, ordenou construir uma igreja em sua honra.

Quando em 730 o Imperador Leão Isaurico ordenou a destruição do ícone, o Patriarca São Germano, fervoroso defensor das imagens sagradas, foi destituído de seu cargo e exilado.

Antes de embarcar, escreveu uma carta ao Papa Gregório III, a fixou no ícone e lançou-o às ondas do mar. O ícone chegou a Roma em um único dia.

O Papa Gregório, advertido em um sonho, o recebeu acompanhado por sacerdotes, às margens do Rio Tibre.

Ao concluir o Papa uma oração, o ícone elevou-se das águas e foi parar em suas mãos. Então, foi levado em procissão até São Pedro e ali exposto para a veneração dos fiéis. (JSG)

(Da Redação Gaudium Press, com informações Vatican News)

 

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