Catedral reconstruída na Itália é proposta como exemplo pela beleza de sua arte sacra

Itália – Noto (Quinta-feira, 01-02-2018, Gaudium Press) O Padre Alexander Lucie-Smith, doutor em Teologia Moral e editor consultor do informativo ‘The Catholic Herald’, destacou a Catedral de Noto, Itália, como um exemplo bem sucedido de reconstrução pela notável beleza de sua arte sacra, prova de que é possível recuperar os templos e dar-lhes um renovado esplendor com a ajuda dos artistas sacros da atualidade.

Recordando os lamentos frequentes sobre a ausência de novos templos católicos de grande esplendor ou a escassez ou a suposta inexistência de artistas sacros suficientemente treinados para executar grandes obras eclesiásticas, o sacerdote propôs que às vezes esta sensação é produto da falta de visibilidade dos recursos que sim existem.

“Depois de uma viagem recente à Sicília, acho que estou justificado, porque encontrei evidências de que há bons artistas disponíveis para a Igreja de hoje, e de que eles produzem obras verdadeiramente grandes”, expressou o Padre Lucie-Smith. A oportunidade apresentada pela necessidade de reconstruir a Catedral de Noto, que colapsou em 1996 após um terremoto “levou a resultados extraordinários”.

Entre os detalhes do templo, o sacerdote destacou o interior da cúpula, pintada pelo artista russo Oleg Supereco. “Mostra a Santíssima Virgem e os Apóstolos à espera do Pentecostes, um bom tema teológico que nunca tinha visto em uma cúpula antes”, comentou, “e que está esplendidamente executado”.

As estações da Via Sacra foram encomendadas ao artista Roberto Ferri, cujo estilo é inspirado nas obras de Caravaggio. “A técnica de Ferri é sublime e suas estações são muito boas”, afirmou o Padre Lucie-Smith, que não deixou de expressar uma certa comoção ao usar o claro-escuro, sensação que também lhe geram as obras de Caravaggio. “Ferri nasceu em 1978, por isso que é bom que a Igreja tenha arriscado comissionar um homem jovem”.

Finalmente, o sacerdote louvou a beleza das decorações da nave central e da ábside, elaboradas por Lino Frongia e Bruno D’Arcevia, respectivamente. “Não conheço absolutamente nada sobre a arte contemporânea italiana, então não posso dizer se esses artistas representam o melhor que a Itália pode oferecer”, esclareceu o sacerdote. “Mas uma coisa é certa, e é que eles fizeram da Catedral de Noto um lugar que todo mundo tem que ver, comprovando que o que é novo não tem que ser feio e pode facilmente se encaixar com o passado”.

O sacerdote concluiu seu artigo deixando aberta uma reflexão sobre a possibilidade de replicar em outros países esse tipo de sucesso que a Igreja encomendou “boas, de fato grandes, obras de arte contemporânea”. (EPC)