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Tribunal da Espanha suspende a retirada de monumento à Cruz

Espanha – Valência (Quinta-feira, 01-02-2018, Gaudium Press) O Tribunal Superior de Justiça da Comunidade Valenciana emitiu uma medida cautelar suspendendo os trabalhos de retirada do monumento à Cruz em Callosa del Segura, Espanha, no momento em que a Cruz já havia sido desmontada em uma operação surpresa realizada de madrugada para burlar as ações de defesa dos vizinhos. A Paróquia de San Martín Bispo de Callosa, em frente a cujo templo se encontrava o monumento, denunciou as ações das autoridades locais e anunciou sua intenção de prosseguir as ações legais de defesa de seu patrimônio.

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Segundo um comunicado oficial da Paróquia, no dia 29 de janeiro, “por volta das 04h, um destacamento policial e operários enviados pela Câmara Municipal, apareceram sem aviso prévio na Praça da Igreja e procederam por meios mecânicos, a ocupação e retirada do Monumento denominado ‘Cruz de los Caídos'”. A Paróquia denunciou que esta ação desconhece o direito de propriedade privada ao invadir terras do templo para realizar os trabalhos sem ter feito qualquer acordo com a paróquia, “gerando um manifesto dano em seus direitos e nos dos paroquianos que defenderam o patrimônio de a Igreja”.

“A Câmara Municipal é conhecedora e parte nos procedimentos judiciais abertos que ainda estão pendente de resolução”, expôs o documento. “Com sua atuação consideramos que o Consistório executou um ato que está sendo objeto de discussão nos Tribunais”. A paróquia afirmou que não ter sido notificada de forma específica sobre a data e a hora nem sobre os detalhes relativos aos trabalhos que seriam feitos em frente ao templo. “Nem a Câmara Municipal notificou a Paróquia o destino da Cruz e o lugar onde será depositada, pelo que continuará o trabalho de defesa de seus direitos patrimoniais até as últimas instâncias judiciais que procedam”.

Tanto a Paróquia como o Bispado de Orihuela-Alicante se mantêm à espera da resolução dos recursos legais que intervieram em favor da preservação do monumento e agradeceram “de todo o coração a oração e o apoio tanto pessoal como coletivo do grande número de paroquianos e vizinhos que se envolveram para ajudar com são e verdadeiro espírito cívico e cristão, a resolução de qualquer conflito”. De fato, a defesa do monumento caracterizou-se pela participação de vizinhos, que chegaram a formar guardas para alertar sobre as tentativas de demolição e articular as ações de defesa desde que a Câmara Municipal decidiu retirar a Cruz em 2016. “Para finalizar, voltamos a declarar vividamente nosso desejo de continuar em um diálogo cordial com as autoridades municipais”, concluiu o comunicado. “Continuamos trabalhando unidos na busca de um acordo satisfatório para todos”.

Para os vizinhos que formam a Plataforma Cidadã Defesa da Cruz, “a equipe do governo sabendo que o TSJCV se pronunciaria hoje retirou a Cruz à noite para que não desse tempo de paralisar as obras. Agora todos eles podem enfrentar delitos penais”. Por sua vez, a organização Advogados Cristãos, rejeitou a conduta das autoridades. “O prefeito de Callosa de Segura tem um nome: prevaricação”, indicaram em sua conta no Twitter, no momento em que anunciaram sua intenção de pedir “a desqualificação do prefeito de Callosa por seu comportamento para retirar a Cruz de Callosa de Segura”. A conduta do funcionário poderia ser investigada por gestos como assobiar o hino republicano enquanto a derrubava a Cruz. “Esta Câmara Municipal pode incorrer inclusive em um crime de ódio”, declarou a organização. (EPC)

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