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Não pode existir Oriente Médio sem cristãos, diz Secretário de Estado do Vaticano

Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 26-02-2018, Gaudium Press) O Coliseu de Roma, palco de martírios de milhares de cristãos no início do cristianismo, foi escolhido como um símbolo para que se vença a indiferença diante da nova perseguição religiosa que tem se propagado nos últimos tempos.

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Na noite de sábado (24/02) o Anfiteatro Flávio, também denominado Coliseu, foi todo iluminado de vermelho, para relembrar o sangue derramado por milhares e milhares de mártires que outrora tingiram desta cor a sua arena.

Esta iniciativa foi dedicada aos cristãos discriminados no mundo por causa de sua fé, aos mártires, em particular, na Síria e no Iraque.

Por isso, uma iniciativa semelhante fez com que também a Igreja de São Paulo, em Mosul, no Iraque, fosse colorida de vermelho. Esta Igreja foi recentemente libertada de uma ocupação perpetrada pelo autoproclamado Estado Islâmico, que tinha expulsado toda a população cristã da cidade, além de ocupar também a catedral de Santo Elias, em Aleppo, cidade padece dos flagelos da guerra que há sete anos devasta a Síria.

Papa Francisco, Saudação e Proximidade 

O Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin esteve na manifestação no Coliseu levando a saudação e a proximidade do Papa a todos aqueles que no mundo se uniram este sábado para recordar os cristãos perseguidos.

O Secretário de Estado salientou em seu pronunciamento o “silêncio”, a “indiferença”, a “inércia” do mundo diante dos sofrimentos físicos e morais dos novos mártires perseguidos por causa de sua fé.

Hoje, como nos primeiros séculos, disse Parolin relembrando palavras do Papa, a “Igreja é igreja dos mártires e o anfiteatro Flavio nos recorda isso”.
“Esta noite recordamos todas as vítimas do ódio”, e também todos aqueles que são privados da “liberdade religiosa”, destacou o Cardeal.

Apoio da Santa Sé aos perseguidos

O secretário de Estado do Vaticano relembrou o dia de jejum e oração que o Papa observou na sexta-feira, dia 23. Um dia de jejum que foi dedicado à paz no Sudão do Sul e na República Democrática do Congo, mas, em geral, a todos os países em guerra.

O Cardeal Parolin ainda salientou o compromisso e o apoio oferecidos continuamente pela Santa Sé a favor de um Oriente Médio pacificado, socorrido do ponto de vista humanitário e submetido a um projeto real de negociações:
Não pode existir um Oriente Médio sem os cristãos e sem a contribuição deles.

O Cardeal Secretário de Estado sublinhou com suas palavras o encorajamento da necessidade de “voltar-se para Deus” para poder “ser artífices de paz” e “costurar novamente as relações humanas e sociais”. A manifestação realizada no Coliseu, segundo Dom Parolin, significa também “reiterar a potência do Senhor que age nos mártires de hoje que são como o “grão que dá fruto”, são “testemunhas da mensagem salvífica de Cristo”.

Combater leis pérfidas – lei da blasfêmia

O secretário geral da Conferência Episcopal Italiana, Dom Nunzio Galantino, também fez um pronunciamento.
Na oportunidade, o secretário geral da CEI repetiu a interpretação do fato de colorir de vermelho o Coliseu.

Para ele, o colorido de vermelho evoca imediatamente “o sangue e o sacrifício por amor”: num mundo como o nosso sempre mais necessitado de testemunhas apaixonadas do Evangelho, num mundo que faz de tudo para reduzir o alcance do Evangelho estamos aqui para agradecer a tantas testemunhas. O martírio delas diz que permanecer fiéis a Jesus faz sentido.

É preciso não somente “sentir-nos próximos”, mas fazer de tudo para frear a violência, a começar da lógica pérfida das leis contra a blasfêmia, verdadeiros instrumentos de opressão.

Rezar pela Igreja do silêncio

A manifestação concluiu-se com a recitação pelos presentes de uma oração escrita por Pio XII, pela “Igreja do silêncio”.
A oração foi lida pelo cardeal Mauro Piacenza. (JSG)

 

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