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Quando ressuscitou São José?

Redação (Quarta-feira, 07-03-2018, Gaudium Press) Que a alma puríssima de São José se juntou novamente ao seu corpo, quer dizer que ele ressuscitou, é algo sustentado por inúmeros santos, doutores e teólogos. Para defender essa tese se baseiam no Evangelho de São Mateus que narra os acontecimentos que se seguiram à morte do Redentor: “Imediatamente, o véu do Templo se rasgou em dois, de cima para baixo, a terra tremeu, as rochas se partiram e os túmulos se abriram. Muitos corpos de santos que haviam morrido ressuscitaram e, saindo dos túmulos depois que Jesus ressuscitou, entraram na cidade santa e apareceram para muitas pessoas” (Mt 27, 51-53).

Além disso, o Magistério papal desde Bento XIV já afirmou que se pode acreditar piedosamente na ressurreição do Santo Patriarca da Igreja. (1)

Entretanto, se coloca o tema de quando São José ressuscitou.

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É quase unânime o parecer de que São José havia ressuscitado pelo menos antes da Ascensão e concomitante com a ressurreição de Cristo, e que ele teria subido com o Senhor em corpo e alma ao céu no dia da Ascensão.

Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias, EP, em sua magnífica obra ‘São José: quem o conhece?’ (2), estabelece outra hipótese a este respeito, e é a da rápida ressurreição de São José após sua morte: “Talvez São José, tão favorecido na ordem da graça, antecipando os méritos de Cristo e das lágrimas de Maria, tenha ressuscitado poucos dias depois de sua morte, não como o primogênito dentre os mortos, mas como o precursor de Cristo na Ressurreição. (3)

Para sustentar essa tese, Monsenhor João Clá apresenta vários motivos, dos quais copiamos alguns aqui:

“Permitiria Deus que o corpo puríssimo de alguém que nunca foi tocado pela mancha original se mantivesse separado por vários anos de sua alma, a qual já gozava da visão de Deus na glória? Por outro lado, tendo Nosso Senhor e Sua Santíssima Mãe um amor indizível por São José, não desejariam eles que o pai e esposo virginal fosse recompensado à altura de seus insondáveis méritos? (…) A santidade ímpar do patriarca, muito acima de qualquer outro bem-aventurado ou anjo, parece sugerir ser arquitetônico na ordem da salvação que o prêmio da ressurreição fosse concedido com precedência aos justos da Antiga Lei”.

“Também a proximidade de São José, ao lado de Nossa Senhora, com o Divino Redentor, preconiza que seu corpo fosse resguardado não somente da corrupção natural, mas inclusive da permanência prolongada no túmulo: ‘Não separe o homem o que Deus uniu’ (Mt 19,6; Mc 10,9). Se o próprio Pai Celestial o relacionou, em vida, tão intimamente a Maria e a Jesus, conviria que consentisse em uma longa separação? Nosso Senhor Jesus Cristo foi, acima de tudo, o Redentor de seus pais, resgatando-os do pecado inclusive antes de nascer. Por isso, o Autor pensa, salvo melhor juízo, que uma possível ressurreição de São José anterior a gloriosa de seu Divino Filho não impede a suprema dignidade dEste ‘como primícia dos que morreram’ (1 Cor 15, 20), pois a ordem da excelência supera a importância cronológica, uma vez que é a mais presente aos olhos de Deus, não sujeito à contingência do tempo. Na realidade, essa ressurreição aumenta a primazia absoluta de Cristo, por manifestar o seu poder sobre o pai virginal”.

São José já no céu, continuou sua “missão de guardião de Jesus, de Maria e da Igreja”.

Por Saúl Castiblanco

Traduzido por Emílio Portugal Coutinho
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(1) Cf. Benedict XIV. De servorum Dei Beatificatione e beatorum canonizatione. L. IV, p. 2, c.20, n.33-34. In: Opera Omnia.Prati: Aldina, 1841, t.IV, p. 591-592; JUAN XXIII. Homilia na Solenidade da Ascensão, 26/5/1960.
(2) São José: Quem conhece? Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias. Arautos do Evangelho e Instituto Lumen Sapientiae. São Paulo. 2017
(3) Todas as citações foram retiradas da obra de Monsenhor João Clá acima anunciada.

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