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Santidade, vocação de todos e não para os “super-heróis”

Cidade do Vaticano (Sexta-feira, 06-04-2018, Gaudium Press) No próximo dia 09 de abril, segunda-feira, será presentada a terceira Exortação Apostólica do Papa Francisco.

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O título da nova Exortação será “Gaudete et Exsultate”. Nela o Pontífice tratará do chamado à santidade no mundo de hoje.
A este propósito o Vatican News divulgou alguns pronunciamentos significativos do Santo Padre sobre a santidade realizados ao longo de seu pontificado.

Como afirma Alessandro Gisotti em seu artigo, o Papa Francisco, desde a sua eleição à Cátedra de Pedro deu grande importância à santidade na Igreja e, em várias ocasiões falou sobre o que distingue o ser Santo, assim como indicou o que não é ser Santo.

Contagiar pela santidade de Deus

Já no dia 2 de outubro de 2013, em uma das audiências gerais do seu primeiro ano de Pontificado, Francisco mostrou que a Igreja “oferece a todos a possibilidade de percorrer o caminho da santidade, que é o caminho do cristão”, para o encontro com Jesus.

O Papa, então, afirmou que a Igreja “não rejeita os pecadores”, acolhe-os e convida-os para que se deixem “contagiar pela santidade de Deus”.

Foi nesta ocasião que o Papa recordou palavras do escritor francês Léon Bloy que, nos últimos momentos da sua vida, dizia: “só existe uma tristeza na vida, a de não ser santo”.

Amigos de Deus e não super-heróis

Ainda em 2013, na primeira Festa de Todos os Santos como Papa, Francisco sublinhou que os Santos são “os amigos de Deus”, porque nas suas vidas, “viveram em comunhão profunda com Deus”.

Foi ai que ele traçou um perfil dos Santos, explicando que “não são super-heróis, nem nasceram perfeitos”: os Santos, continuou o Papa, “são como nós, como cada um de nós”, “viveram uma vida normal”, mas “conheceram o amor de Deus” e o “seguiram com todo o coração, sem condições e hipocrisias”.

E como se reconhece esta santidade?

“Os Santos são homens e mulheres que têm a alegria no coração e a transmitem aos outros”, respondeu Francisco.
A alegria, é o que distingue os Santos.

Verdade sem Exclusão: todos somos chamados à santidade

Na homilia matutina na Casa Santa Marta, em 9 de maio de 2014, Francisco recorda São João Paulo II e afirma que outra característica dos Santos é a humildade.

E ele observou que “o grande atleta de Deus” acabou aniquilado pela doença, humilhado como Jesus”.

O testemunho de Karol Wojtyla, mostra que a regra da santidade “é diminuir a fim de que o Senhor cresça” e por isso é preciso “a nossa humilhação”.

“A diferença entre os heróis e os Santos -explicou Francisco- é o testemunho, a imitação de Jesus Cristo: percorrer o caminho de Jesus”.

Para o Pontífice há também outro tema muito importante: “a vocação universal à santidade” e sobre esta vocação, ele falou na audiência geral de 19 de novembro de 2014:

“Todos os cristãos, enquanto batizados têm igual dignidade diante do Senhor e são irmanados pela mesma vocação que é a santidade”.

“A santidade é um dom oferecido a todos, sem excluir ninguém, por isso constitui o cunho distintivo de cada cristão”.

E o Papa ainda afirmou naquela homilia que “para ser Santo, não é preciso ser bispo, sacerdote ou religioso”, “não, todos somos chamados a ser Santos”.

Pecaram, arrependeram-se, pediram perdão

Em 1º de novembro de 2015, na Missa celebrada no Cemitério de Verano, Francisco fala sobre “o caminho para chegar à verdadeira felicidade”: a santidade.

Os santos são mansos e pacientes. Percorrem um só caminho, o caminho da mansidão e paciência, que foi percorrido por Jesus. Em 2016 volta a falar sobre o tema nas missas na Casa Santa Marta.

Em 19 de janeiro, falando em uma homilia sobre o Rei Davi, o Pontífice observou que também na vida dos santos há tentações e pecados.

A vida do rei de Israel é eloquente sobre isso: Santo e pecador.
Tinha os seus pecados, “foi até um assassino”, mas no fim os reconhece e pede perdão.

Na missa de 24 de maio, adverte que “a santidade não se pode comprar e nem vender”. É um dom a ser acolhido. Um dom e um caminho.

“A santidade é um caminho na presença de Deus” e “não pode ser feita por alguém em meu nome”. “Um caminho – diz ainda – a percorrer com coragem, esperança e com a disponibilidade de receber esta graça”, disse Francisco.
Não tenham medo de ser Santos

Os Santos são “testemunhas e companheiros de esperança”, disse o Papa na audiência geral de 21 de junho de 2017.
A santidade está também “na doença e no sofrimento”, no trabalho e na “proteção dos filhos”.

“Que o Senhor nos dê a esperança de ser Santos e não pensemos que é algo difícil, é mais fácil sermos delinquentes do que Santos! Não. Podemos ser Santos porque o Senhor nos ajuda”.

No Twitter de 1º de novembro do ano passado o Papa fala de santidade também pelas redes sociais: “o mundo precisa de santos e todos nós, sem exceção, somos chamados à santidade”.
E não devemos “ter medo” de caminhar no caminho da santidade , que é dos humildes e não dos arrogantes.

O Motu próprio sobre a oferta da vida, caminho de santidade

De modo significativo Francisco abre o caminho da beatificação, também aos que, levados pela caridade, ofereceram a própria vida pelo próximo.

É a temática do Motu próprio intitulado Maiorem hac dilectionem, publicado em julho de 2017 que inicia com as palavras de Jesus tiradas do Evangelho de João:

“Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos”.

Aqui está o que resume a visão de Francisco sobre a Santidade.
(JSG)

 

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