Dom Rossi Keller lembra “os verdadeiros frutos da Ressurreição em nossa vida”
Frederico Westphalen – Rio Grande do Sul (Terça-feira, 24-04-2018, Gaudium Press) “Diante do acontecimento da Páscoa do Senhor, houve desde os primeiros tempos, a experiência da perseguição e a experiência do fascínio. Cristo foi e continua a ser elemento de contradição, que leva uns a experiências macabras e outros a experiências de grande santidade. São Paulo foi um dos homens que passou de perseguidor a perseguido”.
Essas foram as primeiras palavras do bispo da Diocese de Frederico Westphalen, Dom Rossi Keller, em seu artigo intitulado “Os verdadeiros frutos da Ressurreição em nossa vida”.
Segundo o prelado, “aquele Jesus a quem perseguia na pessoa dos discípulos passou a ser o único motivo da credibilidade da sua fé”.
“Por isso, a descoberta de Jesus leva-o a procurar aqueles que eram os seus seguidores. Com curiosidade, como nos diz a 1ª Leitura deste Domingo (Atos 9,26-31), podemos compreender a dificuldade de os cristãos confiarem e acreditarem na conversão de Paulo. A essa curiosidade acresce o fato do Apóstolo desejar ardentemente juntar-se aos discípulos, ou seja, à Igreja, para assim fazer a experiência de quem é salvo por acreditar no nome de Jesus”.
A experiência da Igreja nos nossos dias, conforme Dom Keller, “também é revestida muitas das vezes destas ambiguidades: quem procura encontrar Jesus na Igreja e de quem, pertencendo à Igreja, desconfia de quem procura entrar”.
Em seguida, ele fez o seguinte alerta: “reduzir a vida de fé às experiências do coração poderá ser um risco de quem acredita apenas em si mesmo”.
“Por isso, o Apóstolo São João, na 2ª Leitura (1a João 3,18-24) nos ensina que, é necessário adquirir a verdadeira consciência da grandeza de Deus, capaz de chamar o homem a uma experiência cada vez mais radical e profunda, sem que ela mesma se esgote. Colocar a nossa consciência diante de Deus e aferir a forma como nele permanecemos poderá ser a medida para compreendermos o alcance do que significa acreditar em Jesus e as consequências de viver no seu Amor”, acrescenta.
Ainda de acordo com o bispo, nos tempos atuais, “deparamo-nos com um mundo que se move em função do simples mérito pessoal”, uma vez que “os louvores dados são atribuídos a quem se destaca, a quem é visto e a quem tem as maiores responsabilidades. Uma visão detalhada da realidade leva-nos a estar longe de milhares de pessoas que asseguram o mundo e o seu progresso com o silêncio e o contributo inequívoco da sua vida e dos seus esforços”.
“De igual modo, há certa tendência para anular o poder condutor de Deus, ou seja, a beleza do modo com que Deus nos surpreende na edificação do que é visível e invisível nas nossas vidas”.
O segredo de uma vida frutuosa e frutificante, na visão de Dom Rossi Keller, é a união que temos ao próprio Deus. “Por um lado, a necessidade existencial que temos de não nos desvincularmos da Vida. Por outro lado, o deixamo-nos ser cuidados por Deus, onde o Pai é o agricultor”.
No final do artigo, o bispo de Frederico Westphalen ressalta que “ser cuidados por Deus não é uma experiência de sentimentalismos, mas de uma permissão constante aos cuidados próprios que a vida merece, mesmo que com isso estejamos implicados numa profunda limpeza daquilo que somos”. (LMI)
Da redação Gaudium Press, com informações da Diocese de Frederico Westphalen
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