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Sacerdote Caldeu descreve o lento processo de recuperação das comunidades cristãs no Iraque

Iraque – Mossul (Segunda-feira, 30-04-2018, Gaudium Press) O Padre Paul Thabit Mekko, sacerdote católico caldeu que serve na cidade de Mossul, Iraque, descreveu para a Agência AsiaNews o “lento mas alegre” processo de renascer de Mossul e a Planície de Nínive, regiões que há menos de um ano foram libertadas da ocupação do Estado Islâmico. Segundo o sacerdote, “lentamente a vida está voltando à normalidade” e “inclusive as atividades comerciais e econômicas, ainda que são difíceis e estão atravessando milhares de dificuldades e obstáculos, estão começando a ressurgir”.

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Segundo referiu o Padre Thabit, na Planície de Nínive “voltamos a viver as festividades da Páscoa como no passado. Templos cheios, procissões atestadas. Em Karamles utilizamos um grande auditório para a Missa porque a igreja ainda não está pronta”. As novas condições de segurança permitiram recobrar pouco a pouco as atividades comerciais e sobretudo a educação, que sofreu um grave recesso de anos de violência e terrorismo. “Algumas das pessoas retornaram, mas não são tantas como antes”, descreveu o presbítero. As atividades são lentas e necessitam um salto qualitativo. É claro que a economia iraquiana em geral está experimentando dificuldades, mas aqui os problemas são maiores”.

Segundo o sacerdote, a chave para um renascer verdadeiro de Mossul e a Planície de Nínive é o retorno de todas as pessoas que fugiram no passado, já que a recuperação somente pode ser conquistada através da povoação. Um dos sinais de esperança para o país é o retorno às funções da Universidade de Mossul a qual assistem na atualidade ao menos três mil jovens estudantes. “A Universidade retomou completamente suas atividades e os estudantes, incluindo os cristãos acolhidos pela Arquidiocese de Kirkuk nos anos recentes, retornaram às aulas. Alguns deles fazem a longa jornada de 90 quilômetros desde Curdistão à Mossul diariamente, enquanto que outros são alojados em dormitórios e centros dispostos pela Igreja nos pequenos povos de Nínive, incluindo Qaraqosh e Karamles.

“No princípio os estudantes tinham medo de voltar à Universidade, estavam preocupados sobre sua segurança”, explicou o Padre Thabit. “Os motivamos e depois de voltar eles experimentaram uma nova felicidade. Agora o nome de Mossul já não é uma fonte de terror. Eles se sentem como os estudantes universitários de todo o mundo, ocupados estudando para construir um futuro. Inclusive se a estrutura ainda não é completamente adequada, o desejo de renascer é evidente e inclusive o perigo de ataques parece ser uma coisa do passado”. (EPC)

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