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Médicos Católicos: legalização da eutanásia cria “enorme pressão” sobre doentes mais frágeis

Lisboa – Portugal (Terça-feira, 15-05-2018, Gaudium Press) A Associação dos Médicos Católicos Portugueses (AMCP) reuniu-se com o Presidente da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, reafirmando sua oposição à legalização da eutanásia em Portugal e alertando para a “pressão” que recairá sobre os doentes mais frágeis.

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Pressão sobre os mais frágeis

Uma nota distribuída pela AMCP afirma que “Seguramente, muitos doentes, de modo particular os mais pobres e frágeis, sentir-se-iam socialmente pressionados a requerer a eutanásia, porque se sentem a mais ou um fardo para a família e para a sociedade.
Há um enorme risco de se criar um efeito de desmoralização nestes doentes, levando-os a desistirem de viver”.

Doentes Graves e Incuráveis

Os médicos católicos destacam ainda, em particular, a situação das pessoas com doenças graves e incuráveis. E receiam também surja um desestímulo e “menor investimento” nos serviços de saúde para estes doentes.

Alerta a AMCP: “Corre-se o grave risco de se concluir que, afinal, para quê gastar recursos com estes doentes quando as suas vidas podem ser encurtadas?”.

Slippery slope

Os dirigentes da Associação dos Médicos Católicos Portugueses falaram ainda com o Presidente da Ordem dos Médicos do denominado fenômeno de rampa deslizante (slippery slope).

“A experiência dos Estados que legalizaram a eutanásia revela que não é possível restringir essa legalização a situações raras e excepcionais; o seu campo de aplicação passa gradualmente da doença terminal à doença crônica e à deficiência, da doença física incurável à doença psíquica dificilmente curável, da eutanásia consentida pela própria vítima à eutanásia consentida por familiares de recém-nascidos, crianças e adultos com deficiência ou com alterações profundas do estado de consciência”, disse Pedro Afonso, presidente da AMCP.

Não matar, favorecer a vida

A Associação espera que a legalização da eutanásia seja rejeitada no próximo dia 29 de maio, na Assembleia da República, e propõe como alternativa de acabar com a vida, “investir mais nos cuidados paliativos, aliviando o sofrimento, ajudando a melhorar a qualidade de vida dos doentes e das famílias”.

A Igreja Católica em Portugal celebra até domingo a Semana da Vida de 2018, dedicada ao tema da eutanásia, procurando promover um debate “sereno” sobre o tema, apresentando a sua posição à sociedade.
As propostas da Comissão Episcopal do Laicado e Família, através do seu Departamento Nacional da Pastoral Familiar (DNPF) partem de um alerta do Papa Francisco, sobre as “novas interrogações” relativas ao “sentido da vida humana”.
(JSG)

 

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